domingo, 25 de março de 2012

o bom corcunda não olha para o céu

escrevo torto por linhas certeiras
futuro passando diante dos olhos
o devir me chama mas não estou aqui
fui atrás da última dúvida inquestionável

descobri que a verdade é uma tara mórbida dos céticos
e o sumo da sabedoria some com o consumismo
em suma: a burrice desembestada corrói a Terra
e erra quem achar que ela não berra

édson de vulcanis & francisco cardoso

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

perspicácia e desfaçatez

nossas brochuras param em pé
de versinhos quebrados
redondos e ou quadrados

a literatura enleva
envolve e revela
sem botar a mãe no meio

em frente a insignificância
da inexistência do que dizer

edilson del grossi & édson de vulcanis

domingo, 15 de maio de 2011

my dear beer

cara amiga cerveja
apesar de suas intrigas
já experimentei suas amigas
que se entregaram de bandeja

e é com você, querida bebida
que o copo rola na mesa
eu sempre te mato, cerveja
você aos poucos me liquida

marcos prado

domingo, 20 de março de 2011

sem marcas

cada passo meu
é um tropeço seu
jogo buraco
e não caio em vão
bato no morto
quebro pau torto
sem blefes canastrão

dou-lhe uma duas três
quem dá mais
por sua vez

marcos prado

quarta-feira, 2 de março de 2011

democracia

o povo desse povoado
resume tudo num refrão:
só dá ladrão! só dá ladrão!
mas sempre vota no mais votado.

o povo é mais um na multidão,
não vejo ninguém do meu lado.
pilantra, escroque, patife, deputado
são sinônimos de rufião.

o povo não merece perdão,
pensa o general desde soldado.
o exército não tem salvação,
diz o povo de rabo espichado.

esse povo nasceu no país errado,
só existe em época de eleição.
ainda assim porque é feriado
e logo voltam à sua nação.

antonio thadeu wojciechowski, marcos prado e roberto prado

charge: paixão

domingo, 16 de janeiro de 2011

contundente podre

não trato mal as pessoas
só as ponho no devido lugar
todos voltaram à idade da pedra
moeram vidro no olhar

muito tiro na cabeça pra sobreviver
eu piso mais fundo não posso parar
você se acha a uva passa do bolo
que a massa quer mastigar

mutilou-se por um amor aos pedaços
enfio a faca até enferrujar
não trato mal as pessoas
só as ponho no devido lugar

edilson del grossi, édson de vulcanis & sérgio viralobos

domingo, 24 de outubro de 2010

jandira

jandira não há dia
que eu não prefira

jandira
já cansei de sofrer

o tempo já dirá
o que eu sei
e que nem você me tira

jandira já se disse
que você não ama ninguém

mentira

jandira você só ama você
mas isso a gente também

no amor o que se diz
não se retira

jandira o amor é de quem
em seus braços se atira

edilson del grossi, édson de vulcanis & fernando koproski