domingo, 15 de maio de 2011

my dear beer

cara amiga cerveja
apesar de suas intrigas
já experimentei suas amigas
que se entregaram de bandeja

e é com você, querida bebida
que o copo rola na mesa
eu sempre te mato, cerveja
você aos poucos me liquida

marcos prado

domingo, 20 de março de 2011

sem marcas

cada passo meu
é um tropeço seu
jogo buraco
e não caio em vão
bato no morto
quebro pau torto
sem blefes canastrão

dou-lhe uma duas três
quem dá mais
por sua vez

marcos prado

quarta-feira, 2 de março de 2011

democracia

o povo desse povoado
resume tudo num refrão:
só dá ladrão! só dá ladrão!
mas sempre vota no mais votado.

o povo é mais um na multidão,
não vejo ninguém do meu lado.
pilantra, escroque, patife, deputado
são sinônimos de rufião.

o povo não merece perdão,
pensa o general desde soldado.
o exército não tem salvação,
diz o povo de rabo espichado.

esse povo nasceu no país errado,
só existe em época de eleição.
ainda assim porque é feriado
e logo voltam à sua nação.

antonio thadeu wojciechowski, marcos prado e roberto prado

charge: paixão

domingo, 16 de janeiro de 2011

contundente podre

não trato mal as pessoas
só as ponho no devido lugar
todos voltaram à idade da pedra
moeram vidro no olhar

muito tiro na cabeça pra sobreviver
eu piso mais fundo não posso parar
você se acha a uva passa do bolo
que a massa quer mastigar

mutilou-se por um amor aos pedaços
enfio a faca até enferrujar
não trato mal as pessoas
só as ponho no devido lugar

edilson del grossi, édson de vulcanis & sérgio viralobos