terça-feira, 27 de fevereiro de 2007


a canção do camelo

desse deserto conheço cada grão de areia
à noite me segue sempre a mesma estrela
você é meu oásis e minha tâmara
rara como brisa em flor de âmbar

estou vivo dentro de uma natureza morta
não reconheço minhas próprias pegadas
nem a impressão de minhas passadas passadas
atalhos que me trarão de volta

do alto, você chamusca o chão que eu piso
minha sombra é uma nuvem de gafanhotos
por esse mar arenoso eu deslizo

a sede dos meus cantis rotos
bebe a areia que virou vidro
e eu blatero ao sol meus perdigotos!

édson de vulcanis & marcos prado

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