quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A raiva da lua

A esquerda vivia bem
Para ela nunca faltou braços
Já a direita, dedilhava dúvidas

O céu cuspia súplicas
O sol apertava o passo

Quem estava há tempos no centro
Virou sombra e fugiu de si mesmo

A luz que olhava minguante
Com uma velocidade impressionante
Se virou pra iluminar o instante:

A lua levantou o dedo médio
Ela não estava nem à direita
Nem à esquerda e muito menos
no centro das atenções
Com inveja e com raiva de tudo
Mandou o espaço pra aquele lugar.

Alexandre França & Édson de Vulcanis